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The Last of Us Part 2 vai além de uma história sobre vingança (SEM SPOILER)

⚠ Esse post não contém spoilers. Leia-o tranquilamente e sem medo. ⚠

Olá, sonhadores! Como vocês estão?
Na semana passada finalmente consegui ter The Last of Us Parte 2 em minhas mãos, mas admito que a ansiedade em consumir a história foi tão grande que em menos de sete dias eu já havia finalizado-o.

Durante toda a jogatina me senti em uma montanha russa de emoções. Eu chorei, eu sorri, eu me desesperei, eu gritei. Tudo isso ao mesmo tempo, várias vezes ao longo da história. Em um momento eu estava completamente destruída, desejando que a Ellie matasse a maior quantidade de inimigos possível, mas em outros eu apenas desejava que ela parasse com a sede de vingança e tentasse ficar em paz e feliz consigo mesma.

Eu senti tanto durante esse jogo que não sei se conseguirei transmitir tudo em palavras, mas pretendo tentar através desse post. Ademais, pegue a sua água – ou qualquer outra coisa que te acalme – e venha sentir tudo novamente comigo nas próximas linhas.

Leia também: Como The Last of Us me moldou e me abraçou para dentro do mundo dos games

Reprodução: Google

A força física e emocional de Ellie

Logo no início do game temos um acontecimento que destrói e parte Ellie, e nós, ao meio. Uma cena brutal, devastadora, que nos coloca na pele da própria personagem e nos faz sentir toda a sua tristeza e raiva. Assim desde esse fatídico momento junto com ela desejamos a maior e mais sanguinária vingança que alguém pode ter. Ela matará todos, um a um, até chegar no seu alvo principal.

Ela não medirá esforços, não será piedosa, e, muito menos, não irá parar até conseguir o que quer. Ellie agora, após quatro anos do primeiro jogo, é uma mulher adulta e sabe o que precisa fazer para a dor e a tristeza não a dominarem; ela sabe que não poderá deixar que as memórias a consumam, mas também sabe que essas lembranças é o melhor que poderá carregar e que a tornam quem ela é.

À primeira vista Ellie não é uma mulher com muita força, com músculos, mas a sua furtividade e inteligência são chaves fundamentais para acabar com os inimigos, mesmo que o grupo seja grande em número. Ela é esperta e sabe como contornar uma situação de risco, mesmo que muitas vezes a sua vida fique por um fio. Mas cabe a nós, jogadores, aproveitarmos todas essas suas habilidades e a colocarmos ao nosso favor.

Entre o primeiro e o segundo jogo é perceptível como Ellie cresceu (e não digo isso em questão de altura, mas, sim, maturidade, mesmo que desde os 14 anos ela já tivesse uma opinião forte e formada). Ela tem consciência de que seus atos trarão consequências, mas a vingança é cega e o desejo de dar valor ao nome da pessoa amada é o mais importante no momento.

É incrível estar na pele dela, jogar com ela e sentir todas essas emoções ao mesmo tempo em que nos vemos 100% de cabeça dentro dessa vingança. Queremos acompanhá-la, ajudá-la e realizar a sua vontade. Mas o que vem depois de cada ato é tão destruidor quanto a primeira morte, tanto para ela como para nós.

Reprodução: Google

A representatividade feminina

Falar de The Last of Us Parte 2 e não citar a representatividade feminina é um erro, ainda mais por essa questão estar sendo um divisor de águas na opinião de alguns jogadores que – pasmem – não estão gostando nada de tantas mulheres fortes e independentes no jogo. A minha opinião vai exatamente ao contrário disso, pois esse foi um dos pontos que mais me conquistou.

Por ser mulher, a representatividade feminina se mostra extremamente importante para mim. Eu não vejo problema em começar um jogo em que o protagonista é homem, até porque a maioria dos jogos ainda são assim, mas estar na pele de uma protagonista mulher é tudo para mim. E acho essa experiência ainda mais incrível quando a personagem é bem construída, sem clichês ou sexismos, e é isso que The Last of Us Parte 2 faz, não com uma personagem, mas, sim, com três.

Além de Ellie, também conheceremos Abby, a loira à esquerda na foto, e Dina, a de cabelos pretos à direita na foto. Três mulheres que têm seus destinos entrelaçados; três mulheres que lutam, matam e não precisam ser protegidas; três mulheres fortes em espírito e inspiradoras.

Mas a representatividade não fica apenas nisso. Ellie é abertamente lésbica, sendo, talvez, a primeira protagonista LGBT de um game de sobrevivência. Dina é judeu-americana, bissexual e namorada de Ellie, não se importando com comentários maldosos ou preconceituosos sobre as duas. Já Abby é hétero, não fazendo parte da bandeira colorida, mas quebra os padrões ao ser uma mulher musculosa que mata infectados na porrada (isso mesmo, apenas com a força das mãos e dos braços!) e em nenhum momento isso é usado de forma ofensiva contra ela por aqueles que estão ao seu redor. Ela é uma mulher extremamente forte e durona, mas e daí?

As três têm personalidades diferentes, principalmente Abby que também está atrás de uma vingança pessoal e que é quem fica mais distante das duas personagens, mas isso as tornam ainda mais reais e de fácil identificação. Em vários momentos me identifiquei com as mulheres que elas são, de maneiras diferentes, mas sempre significativas. E sentir isso através de um jogo que é a continuação de um dos meus preferidos foi extremamente importante e especial para mim.

Ainda há outro personagem que compõe a bandeira LGBTQI+, porém acho importante que esse vocês descubram sozinhos. A história dele é a realidade de centenas de outras pessoas que compõe a mesma letra da bandeira e tenho certeza que será de grande preciosidade para esses jogadores e jogadoras.

Reprodução: Google

Mas quem é o verdadeiro vilão?

The Last of Us Parte 2 tem o poder de te colocar dos dois lados dessa batalha, algo que não darei mais detalhes para deixar que você se surpreenda. Mas posso dizer que eu gostei dessa maneira que a Naughty Dog utilizou para explorar a narrativa e as duas vinganças, a de Ellie e a de Abby.

Aqui eu fiquei com o mesmo sentimento que tive ao assistir Guerra Infinita, onde ao mesmo tempo em que eu queria ver o Thanos morto eu também simpatizei com a sua visão. Aqui eu também fiquei dividida se a Ellie deveria seguir até o final de sua vingança e se ela estava fazendo o certo. Eu não achei os motivos pessoais de Abby infindáveis ou bobos, eu a entendi e por isso ao final do jogo eu zelei por sua vida. Por isso a pergunta que fincou em minha mente foi: quem era o verdadeiro vilão da história? Realmente havia um?

Assim como nós, as personagens têm seus lados bons e ruins, ninguém está 100% certo, ninguém é o detentor da razão. Eu entendo que todos nós tenhamos preferências, mas é indiscutível que uma história sempre haverá dois lados e que sempre é importante escutarmos ambos. Essa escolha da produtora me surpreendeu, e eu entendi – e senti – o que eles fizeram. Ellie sempre terá um grande espaço no meu coração, mas a Abby, à partir de agora, também terá.


Sonhando Através de Palavras

Como podem ter percebido, eu preferi não me estender nos detalhes técnicos, apesar do gráfico, paisagens e jogatina estarem perfeitos. Eu quis passar a minha experiência pessoal com o game e o quanto a história me afetou intimamente, pois com certeza eu nunca senti todas essas emoções antes com jogo nenhum.

The Last of Us Parte 2 tornou-se um dos jogos mais importantes e especiais da minha vida e espero que, apesar das críticas machistas que venho vendo por aí, vocês não percam a chance de jogá-lo, assim como também espero que aproveitem o primeiro. Quero que sintam tudo o que eu senti e que tenha essa experiência única e maravilhosa, mas dolorida, que o jogo proporciona.


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