Literatura

Resenha: “O Último Desejo” – Andrzej Sapkowski

Antes de ler O Último Desejo, já conhecia The Witcher através do terceiro game da franquia de jogos quando o joguei pela primeira vez há alguns anos. Lá, pude ter meu primeiro contato com o protagonista Geralt de Rívia, um bruxo com humor ácido e sarcástico, semblante fechado, mas com um coração enorme.

Eu me apaixonei logo de cara pela sua missão principal e sua relação de pai-filha com a Ciri; eu fiquei dividida entre o seu amor por Yennefer e Triss; eu me apeguei aos seus amigos, principalmente ao Dandelion que sempre me fazia rir. Depois, assisti a série da Netflix e pude me apaixonar ainda mais intensamente por esse universo, por esses personagens e por suas histórias e objetivos pessoais. Ali, conheci alguns detalhes que só sabia por meras citações no jogo.

Agora, sem nenhuma pretensão ou organização antecipada para isso, iniciei a série de livros. É claro que eu já sabia que iria adorar, pois basicamente é uma história que já conheço, porém não sabia que o meu amor por esse universo poderia se expandir ainda mais.


“(…) a fé permite esperar da natureza aquilo que é encarnado por minha deusa: a ordem, a lei, a benignidade… e a esperança.”

Leia também: Dragões do Crepúsculo do Outono, de Margaret Weis e Tracy Hickman

Título: O Último Desejo
A Saga do Bruxo Geralt de Rívia #1
Autor: Andrzej Sapkowski
Quantidade de páginas: 336
Editora: WMF Martins Fontes
Gênero:
 Ficção / Fantasia
Ano: 2015
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Minha classificação: ★★★★★ 
(5/5+favoritado)

Dê um trocado pro seu bruxo!

Geralt de Rívia é um bruxo. Sua profissão é viajar através dos reinos à procura de contratos que o farão caçar monstros que de alguma maneira causam problemas nos vilarejos – mesmo que muitas vezes os monstros de verdade sejam mais humanos que possamos imaginar.

Por ser um bruxo, aniquilador de monstros e resultado de inúmeras mutações que o transformaram fisicamente e internamente, Geralt é alvo de muito preconceito, já que nunca é aceito pelos outros e visto como um igual, independente de seu trabalho ser necessário e requerido por todos.

Atualmente, ele está ferido fisicamente e com algo mais profundo o atormentando; ser um bruxo começa a pesar em seus ombros e em seu pensamento. Além disso, ele precisa fugir de tudo, principalmente de Yennefer e do que sente por ela.

Neste primeiro livro da série, há 13 contos que intercalam entre passado e presente. Será através dessas narrativas que descobriremos sobre pontos importantes na vida e trajetória de Geralt, como seu primeiro encontro com Yennefer, o motivo dele ser conhecido como o Carniceiro de Blaviken, o inusitado convite de um jantar que resultou no destino dele e de Ciri entrelaçados e até mesmo uma aventura inusitada com seu amigo Jaskier.


“Você nos defende não somente daquele Mal escondido na penumbra, como também do que se esconde em nós mesmos.”

Reprodução: Biblioteca Pessoal

O Último Desejo de Geralt e como ele se transformou em um dos meus personagens favoritos de todos os tempos!

O Geralt é um personagem que me cativa muito porque ele é alguém que preza por suas amizades, pelo bem estar daqueles que ama; ele tenta ajudar a todos, mesmo que a maioria dos humanos o trate com preconceito ou raiva; ele busca por seus objetivos, independente de como possa resultar. E isso faz com que eu me apegue a ele cada vez mais, a cada contato.

Apesar de haver certos detalhes que me incomodaram à primeira vista neste livro, como as menções de estupro, certas falas que geraram desconforto e a gravidez e casamento de uma adolescente de 15 anos, sendo assim um livro que não é perfeito em tudo, eu pude extrair o melhor de cada personagem, de cada situação e de cada conto, e isso para mim, ao menos no momento, bastou. Além, é claro, de ser um livro de fantasia escrito em 1993, o que deve ser também levado em consideração.

Eu estava precisando de um livro assim, que me envolvesse por completa e que me fizesse querer lê-lo sem parar, dia após dia, e isso eu encontrei aqui. O autor tem uma escrita muito fluida, divertida e imaginativa. Sua descrição é exata e faz com que nós imaginemos tudo com perfeição, nos colocando dentro das cenas e das batalhas. É engraçado, sangrento e me conquistou desde as primeiras páginas.

Posso dizer que eu me envolvi demais – e novamente – com o Geralt, com suas caçadas e suas histórias de vida. Eu me diverti com as suas piadas secas e o seu jeito grosso que incomodava muita gente; eu adorei rever personagens que eu já conhecia e nutria um carinho enorme; e eu me senti parte de tudo isso, de todo esse universo, de toda essa trama. A presença do Jaskier (meu eterno Dandelion) e da Plotka (minha eterna Carpeado) e toda a construção de mundo só aumentaram minha animação e meu amor para com o livro.

A série é longa, mas estou tão envolvida que não vejo a hora de pegar logo o segundo para ler e dar continuidade nessa aventura. Eu preciso descobrir mais coisas, preciso ver detalhes novos e tramas que ainda desconheço. Preciso de mais desses personagens que tanto amo (e aguardo ansiosamente pela aparição de outros) e preciso de explicações para muita coisa! Quero acompanhar o Geralt nessa longa jornada, e sei que não me decepcionarei com as próximas viagens.

Se você gosta de uma fantasia bem escrita, imersiva, com personagens duais, mas carismáticos, e de mundos repletos de monstros – onde, às vezes, grande parte são humanos -, eu super indico que dê uma chance para O Último Desejo e conheça mais sobre a jornada de Geralt de Rívia, o meu bruxo favorito. Inclusive, se você também gosta de contos de fadas, vai encontrar aqui algumas novas versões de histórias já conhecidas, porém agora com muito mais sangue, sarcasmo e magia.


“Para se tornar bruxo, é preciso ter nascido sob a sombra do destino, e não são muitos os que nascem nessas
condições. É por isso que somos tão poucos. Envelhecemos, morremos e não temos a quem transmitir nosso
conhecimento e nossas aptidões. Faltam-nos substitutos, e este mundo está cheio do Mal, que apenas espera que
sumamos de vez.”


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2 thoughts on “Resenha: “O Último Desejo” – Andrzej Sapkowski”

    1. Eu indicaria começar pela série. Acredito que a Netflix conseguiu adaptar muito bem o livro e trouxe o Geralt que tanto amamos dos livros e dos jogos. Aí, caso te interesse, você pode dar continuidade e embarcar nos livros. Para mim, funcionou ter contato com os livros só por último.

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