Cria Corvos é o mais novo lançamento da AVEC Editora, uma editora independente que traz tanto obras de fora como também nacionais, sempre com cuidado e carinho perceptíveis.

Como parceira da AVEC Editora pude receber um e-book antecipado da HQ para trazer uma resenha para vocês. Sei como às vezes é complicado apoiarmos projetos às cegas, então essa resenha foi feita exatamente para você conhecer um pouco mais da narrativa, dos traços e da ambientação da história. Posso adiantar que: se você é fã de terror, você precisa ler essa HQ!

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Uma maldição, um feitiço e um destino doloroso eterno

O bruxo está amaldiçoado. Agora, ele é Corvax Estigmata, um exilado eterno. Sua história começa para nós quando ele, junto de seu corvo Leonore, tem uma missão para completar: ele precisa conseguir três ingredientes essenciais – e perigosos – para realizar um feitiço.

Ao longo da narrativa saberemos o porquê dele enfrentar a morte a cada segundo em prol desses ingredientes. Também descobrimos mais sobre o seu passado, sua vida anterior, e como e porquê ele se tornou um bruxo exilado. Essas perguntas percorrem a mente do leitor durante toda a leitura, mas quando são respondidas não é nada parecido com que esperamos. É brutal, sangrento e sufocador.

A arte em preto e branco carrega uma atmosfera pesada, que nos dá a sensação de aprisionamento e loucura ao mesmo tempo que deixa evidente a escuridão e a sombra do próprio protagonista. A HQ é curta, com poucos personagens, mas carrega grande temor e profundidade, nos deixando ávidos por mais até mesmo quando a história se encerra.

“Para um exilado, o esquecimento deve ser a maior esperança. A única coisa que se quer.”

Cria Corvos é uma HQ de fantasia e horror que mescla muito bem os dois gêneros, sendo um prato cheio para fãs de ambos

A história, mesmo que curta, prende o leitor do início ao fim, lendo-a assim rapidamente em uma sentada. Eu fiquei curiosa para saber sobre o passado do bruxo e a cada revelação o choque crescia, a angústia em mim aumentava e eu ficava mais aprisionada que o próprio corvo (vai por mim, você entenderá isso após a leitura).

Os traços fortes da autora são quase como uma maneira única de contar a história, fazendo assim parte dos personagens, da narrativa e da nossa imersão. É através da arte preto e branco que conseguimos sentir com mais intensidade o sofrimento do protagonista – e por um tempo até sofremos com ele; essa arte é ponto chave e peça fundamental para fazer com que não consigamos parar de ler e que desejemos estar cada vez mais imersos e fundo nesse mundo mágico caótico e cheio de sofrimento.

Posso dizer que me surpreendi bastante com a leitura, mesmo que eu não soubesse muito o que esperar já que nunca li nada da Paula Andrade. Fiquei muito feliz de conhecer mais um trabalho incrível feito por uma mulher e não vejo a hora de poder ter essa HQ em mãos, pois será ainda mais incrível relê-la no papel.

Aqui, temos muito sangue, muita dor, muito sofrimento, mas também um pouquinho de redenção e afeto, o que faz a leitura ser calorosamente esmagadora. Por isso, ao meu ver, ter essa HQ na coleção é mais do que essencial para os fãs, pois é uma experiência única!

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